quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Porque não vejo mais TV

PORQUE DEIXEI DE VER TELEVISÃO.


Primeiro porque é previsível. Dias depois se vê quase tudo igual.
Jornal não é muito diferente.

Câmeras em ação agora nos mostram o que aconteceu na Birmânia, na Tailândia, em “real time”.
Os clientes outros não se assustam mais. Ou devem se assustar. A demanda deve ser criada.
Os clientes e índices precisam disso. Tragédias, mal estar na civilização. Pobre Freud.
Nós não nos assustamos mais. E banalizamos o mal estar, porque não nos atinge diretamente. Só no risco de quem depõe na TV.

Incêndios, perseguições, policiais batendo em bandidos algemados, agricultores que nunca viram um pedaço de terra buscando auxílio. Tragédias a granel, quanto mais melhor.
E os bancos passando imagens felizes. De que a felicidade, como dizia Epicuro, é motivo da vida. Santo Agostinho não concordaria.

fPelo menos , não no início.
É o que torna a gente mais infeliz. Se os meios institucionais não combinam com os meios culturais que o governo, os fabricantes, a mídia, quem pode, colocam à disposição, o que fazer? E os raios ultravioletas? Como resolver os melanócitos?
As fibras colágenas? Os melancólicos?
Compre algo. Ou assista TV.

É emocionante ver TV.
Vê, lá se vê, da nossa necessidade de espantar o próprio pensar, a criação e a vivência do dia a dia. Criamos deuses, heróis, super-homens, quem sabem pensamentos, coisas que a nossa imaginação pode levar. Comportamentos e falas, com certeza.

Deve ser compensação, mas não deixa de ser maldade.
Agüentamos o que nos vem imposto e diminui nossa vontade de sair da lata.
O que nos acaba é novamente a limitação do que acreditamos, do que vimos.... o perigo!!!

Muito chato ver as reportagens sobre seqüestros, roubos, corrupção.
Mas muito mais chato é ver que não dá em nada. O que já era alienante, e suficiente, mistura com desistência, que é o contrário da resistência

Uma coisa é saber que estou errado e que estou em risco. Outra é saber que se eu dividir o risco entre muitos e quanto mais influente quem me influenciou, melhor divido minha culpa.
Vou viver infeliz, mas feliz, de acordo com os padrões de hoje.
Sorrio, freqüento os amigos, tenho como pagar minhas contas e ainda sobra uma coisinha pra não ter certeza o que fazer com ela.

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