quarta-feira, 31 de março de 2010

Ruminacoes camelisticas das piramides...

Ruminacoes sobre o Egito e Oriente Medio.
A lingua arabe e falada em varios paises por aqui e desde o Marrocos, Libia, Saudi Arabia, Sudao, Jordania, etc. com pequenas variacoes todos podem se entender.
A religiao predominante eh Islamica. O Egito tem cerca de 30% de cristaos coptas e ortodoxos. Essa conversa duraria dias, porque sao Coptas ou Ortodoxos.
Porque nao tentaram falsificar as escrituras e mantiveram os originais e os textos apocrifos, incluindo Maria Madalena como esposa de Jesus e a Virgem Maria como mae de 4 filhos, como ocorreu na verdade.
A comida tambem eh muito parecida. ateh o MacDonalds que comi a pouco (quem diria!) tem gosto de comida arabe.

Hoje, como estou menos estupido, estou escrevendo no Word para depois passar para o blog, se der.
Ontem fui escrever diretamente no blog minhas impressoes das piramides. Tinha ateh gostado do texto e quando fui postar acabou o tempo e perdi tudo. Deve ter sido o coco de camelo que cheirei. Dizem que Alexandre o Grande e outros, antes de consultarem os oraculos, cheiravam coco de camelo. Deve dar barato, ter visoes, descobrir a formula da coca-cola, etc.!!!

O que tem de peculiar no Egito:

- Chuveirinho dentro da privada. Alguns sao tao fortes que voce tem que se segurar senao o jato separa suas coisas uma da outra. Na Turquia tambem tinha mas voce regulava o jato. As mulheres devem gostar mais. Por isso deve ser que nao ha papel em lugar nenhum.

- Nao ha papel em lugar nenhum. Os guardanapos sao Kleenex. Se voce lavar a mao em qualquer banheiro vai esfregando nas calcas. Nas minhas tenho que voltar pra lavar de novo de tao sujas. Mas tem porta-shampoos com shampoo em todos osm banheiros.

- As toalhas sao maravilhosas. Em qualquer espelunca, as toalhas sao de algodao ¬Egipcio¬, felpudas, grossas, fofinhas e brancas.

- Quando disserem nao pode ou eh proibido, como tirar fotos, levar comida para o quarto, lavar roupa no banheiro......pode! Basta voce nao ligar para o que dizem.
Hoje na Biblioteca de Alexandria, tinha um sinal monstruoso dizendo proibido cameras, etc. e tava todo mundo tirando. Fiquei p. da vida porque nao tirei fotos de originais das Escrituras do Novo Testamento e dos Livros dos Mortos. Tinha mumia piscando de tanto flash.

- Gorgeta. O pais vive de gorgeta. Nao tem salario minimo e mesmo depois de combinar um preco, o cara fica esperando a gorgeta. Tudo funciona nessa base. Ha ateh um excesso de Hasslement ou aporrinhacao de tanto pedido. Ateh policiais tentam te achacar. O cara da lavanderia ligou para ver se eu estava para poder entregar a roupa (2 camisetas e uma cueca, que uso a mesma desde que cheguei) pra poder pegar gorgeta. Impressionante!

- Trafego: Nao vou falar mais. Filmei bastante. Nao existem semaforos nem no Cairo com 20 milhoes de habitantes. A prioridade e carro da policia, carroca, carros particulares por tamanho, os maiores vao empurrando os menores, triciclos, etc. e por fim os pedestres, que correm, param encolhem a barriga, desviam o ombro, o cotovelo, enfim, eh um desafio.
Ontem atravessei a rua em frente ao Hotel pra comprar um sabonete e fiquei com medo de voltar. Quase dormi por la, olhando pro quarto do outro lado da rua.
E tem velhos, criancas..da um frio na barriga so de olhar.
E tome-lhe buzina. Buzinam ateh sem precisar. O motorista que me levou a Alexandria hoje quando freiava, buzinava e ligava o pisca alerta. Nao consegui saber porque ele nao falava ingles. Quem nao acreditar vai ver o filme.

- Comem pepino, tomate e alface com iogurte no cafe da manha.

- Nao vendem bebida alcoolica nos mercados. (miseria)

- Tomam um cha de Carcade que ainda nao descobri o que eh.

- Nao falam palavrao, abencoam (vai ser saber o que tem na bencao...uma praga?) quem aguentaria dirigir sem xingar?

- Nao ligam a minima para os erros de escrita em outras linguas. Na deles nao sei se tem erros, mas eh muito comum ver escrito. Resturant - Ademoinistrator e por ai vai. Inclusive em cartazes, menus, livros de turismo.

- Clima quente e seco de dia e frio a noite. Nao ha labio que aguente. E o nariz fica todo trancado.

- Os camelos sao muito altos, arrotam, tem perna fina e soltam pum.

Alexandria - 31.03.10

O Oriente Quantico, ou a volta do que ja foi...

Tenho escrito algumas coisas para o blog e gravado em voz outras pra mim, que depois de transcrever em paz no meu quartinho em casa, vejo se vale a pena passar a frente para discussao.
Mas uma coisa apenas se confirma nessa viagem:
Ha uma enorme quantidade de informacoes que comecam a ser passadas ao publico que deixam duvidas sobre a origem e se os antigos ja sabiam.

TUDO JA AI ESTA - Dizem os Taoistas.

O que nao pode ser negado eh que as coisas que hoje se descobrem ou falam, como a supercondutividade, o ouro monoatomico de alto spin que faz as coisas levitarem e se transforma em luz, a possibilidade de expansao dos telomeros ( que sao as bordas nos cordoes de DNA, como aquelas coisas nos cadarcos de sapato) que faz com que cada vez que uma celula se divida, ele diminua ateh cessar completamente). Com a expansao pode se replicar novas celulas e parar a deterioracao, o envelhecimento. a psicanalise, a neuro ciencia, energias de ponto zero, multiplas dimensoes, o teletransporte da materia, a ciencia espacial....tudo ja existia desde o tempo dos Faraos. Hathor, Thot e Horus sabiam de muitas coisas. Apenas o que se esta descobrindo agora vem com novos nomes cientificos.

Desde os segredos daqui do antigo Egito, da Grecia, Roma, Sumerios, Acadianos, Babilonicos, as forcas reunidas, principalmente em forma de religiao, trataram de manter as informacoes que dao poder longe da sociedade. Ficaram guardados e devidamente manipulados para uso exclusivo de uns poucos que detinham o poder.
Para isso sempre foi necessario se apagar, manipular, mentir, eliminar, alterar o rumo das coisas para preservar uma visao unica da historia.
Os dois incendios da Biblioteca de Alexandria, onde estive hoje, foi uma forma direta de se eliminar conhecimentos esotericos de todas a areas que poderiam colocar em risco a confianca nas religioes em formacao.

Parece que Moises, que teria sido Akhenaton, o Farao, era muito instruido nos misterios dos antepassados e teria passado adiante parte dos ensinamentos atraves da Arca da Alianca, que seria uma poderosa maquina de fabricacao do MFKST (isso mesmo...mufukust) ou o Mana que ajudou a ele e os foragidos do Egito a passar 40 anos no deserto. A Lagrima de Horus como era chamado o po branco, ou a Essencia Divina dos Sumerios.
A Arca da Alianca que derrubou os muros de Jerico apenas passando em frente durante 6 dias
Como disse , destruiu exercitos e alimentou o povo nao era um milagre, mas alta tecnologia que hoje pode ser provada.
Nao teremos tempo para descobrir tudo, mesmo que cada um de nos se especialize so numa coisa durante a vida inteira, mas nao se trata mais de manter escondido o que qualquer um interessado queira ter acesso.

A igreja, a CIA, os Laboratorios e Universidades, as Organizacoes Secretas, os remanescentes dos Templarios, das Fraternidades, etc. sabem de muitas coisas que foram e sao manipuladas e mantidas fora do conhecimento geral.
Manter o conhecimento limitado a um numero pequeno de 'proprietarios' os fazem detentores do poder, e o que for tentado descobrir ou tornar publico, entram como Teorias de Conspiracoes, Mitos e Lendas, Delirios e por ai vai.
David Icke pode ser exagerado. Mas minha irmazinha Sumeria que esta nos EUA, Ane Bishoff sabe do que estou falando.
Espero que comente dai mesmo....se tirarmos as mascaras das limitacoes tudo se amplia e inclue.
Vivemos em ciclos.

O que foi, eh o que ha de ser;
E o que se fez, isso se tornara a fazer;
Nada ha, pois, novo debaixo do sol.
Eclesiastes 1:9


Cairo - 31.03.10

terça-feira, 30 de março de 2010

Cairo again

Lua cheia no Cairo.

Uma tarde inesquecivel, depois do sacolejo do sleeping train. Dessa vez o cara caprichou.

Deu umas freiadas que quase cai da maca, porque aquilo nao eh cama de tao estreitinha. Deixei as malas encontadas para nao cair de muito alto, no chao.



Ver Memphis, que o profeta profetizou (acho que eles sao pagos pra isso ne?) que iria se acabar. Acabou mesmo, nem ruinas tem mais. Sobraram alguns pedacos de estatua e ele, sempre ele...Ramses II, aque esta em todo lugar.

Depois ver as piramides foi o que valeu a viagem. Acho qeu vim aqui pra issom alem do templo de Hathor, Alexandria e o Sinai.

As piramides emocionam. Imaginar 5000 anos de permanencia, milhares de trabalhadores durante dezenas de anos e a perfeicao da arquitetura que desafia a imaginacao.

Aqui tem um ditado que todos tem medo do tempo e o tempo tem medo das piramides.



Nao podia mas acabei subindo algumas pedras e me transportei para os seculos, milenios passados. Nao tem como passar incolume por uma experiencia dessas onde ha um encontro com muitas coisas.

Vem a mente nao so a simbologia, os misterios, as aproximacoes com as teorias da busca do inicio, mas as lembrancas de infancia, dos livros de historia, das fotos que nem seque imaginava que um dia iria tocar.



Valeu Cheops, Kefren e Mikerinos...lembram?



Entrei na piramide da mae de Cheops. Estreita, ingreme, escura, quente e cheia de alemaes mal edeucados.

Depois, a volta de camelo vestido de Arafat. O condutor queria negociar meu bracelete, queria propina e tirou ateh uma foto comigo segurando a piramide.

O camelo foi simpatico, mas eh muito desconfortavel e alto. Cada desmunhecada na corcova, parecia que ia desabar

segunda-feira, 29 de março de 2010

Casanova e a periferia de Luxor

Acordei de ressaca ontem e fiquei no hotel. Domingo aqui as coisas funcionam e ate tarde da noite. O descanso muculmano eh na sexta. A cidade dorme e acorda tarde. 11 da noite e o comercio esta aceso.
Hossam apareceu la pelas 4 da tarde e resolvemos caminhar. Fomos ao museu de Luxor, estava fechado. Alugamos uma charrete e pedi para visitar a periferia da cidade. O lugar onde turista nao vai.
Passamos pelas avenidas arrumadas e amplas, no mesmo caos de transito de sempre, e aos poucos a Luxor bonita foi ficando pra tras. Ao passarmos pela linha do trem, de cara com o real. Casinhas e apartamentos amontoados, ruas estreitissimas que faziam o Casanova (o cavalo da charrete) se encolher pra passar.
Muita sujeira, estradas de poeira e areia. Sem esgoto ou agua encanada.

Miseria, pobreza, mas nao tem violencia nem perigo. Pelo que me disseram e li, os crimes sao tao raros quanto organizacao e limpeza por aqui.
Voce realmente se sente em outro mundo.

No transito, ja que nao tem semaforos, a prioridade eh da policia, que passa a toda velocidade, depois as charretes que tambem nao freiam. Tive que pedir ao cocheiro pra diminuir um pouco que o Casanova estava soltando gases...quando o cocheiro pediu desculpas e Hossam traduziu eu disse - Fica frio porque pensei que tinha sido o motorista. O cavalo pode...

Depois vem os carros, por ordem de tamanho. Os maiores primeiros, depois os menores, os triciclos, as motos, as bicicletas e por ultimo, se esgueirando entre um carro e uma charrete, fugindo das motos e entre ensudercedoras buzinas, os pedestres.
O transporte publico eh feito por vans que andam de portas abertas.
Impressionante como se ve criancas de escola, 5 ou 6 anos no meio da bagunca.

Buzinar eh parte da direcao. Buzinam sem motivo. Sugeri colocar uma buzina no Casanova tambem. O cara do pum gostou da ideia.

Na volta, fomos ao mercado arabe e comprei uns badulaques, uma pulseira com meu nome hieroglifado e umas coisas sem serventia e que nao sei o que vou fazer....e a sensacao de que sempre paguei mais do que devia.
Qualquer preco tem que comecar da metade do que foi pedido.

Os caras sao muuuuiiiito chatos. Ontem a noite fui comprar um sorvete na rua, os caras nao paravam de me seguir oferecendo ajuda. Fiquei p. da vida. Eh o que chama de hassle ou aporrinhacao mesmo.
Os caras te seguem por minutos na rua oferecendo de tudo. E ninguem liga. Faz parte da cultura.

Acabei comendo um prato de R$ 2 com Hossam. Uma tijela comecando com arroz e umas coisas marrons no meio, depois ficava amarelo, pedacos de tomate, pimenta, macarrao tipo espaghetti, mais arroz, lentilhas e macarrao tipo conchinha no fundo boiando numa agua escura. Tudo com colher. Tenho a impressao de que nao lavam os pratos. Tava bom. Comi tudo e lavei com coca-cola.
Voce fica dois dias com aquela comida passeando por dentro.
Parece que ela sai do estomago. Senti nas costas, no pulmao, depois na perna. Voce tem a impressao de que comeu um porco-espinho com casca de caramujo. A lingua fica vermelha durante 3 dias. Nao adianta escovar. Suja a escova e nao sai.
Mas depois passa. Vira azia e no cafe da manha voce ja esqueceu.
Saudade de um sarapatel com buchada de bode e mininico de carneiro! Coisa saudavel.
Deixa eu procurar o hotel que as pernas ja descansaram.
Voces devem estar comecando a acordar pra pegar uma seman santa pela frente ai na terra das araras e do futebol.
Aqui sao 10.50hrs, 5 a mais que ai....

Ainda nao fechei a ida pra Israel, mas se tudo der conforme o combinado passo a Pascoa em Jerusalem....mordam o cotovelo! Foi meio sem querer, mas deve estar muito cheio por la.
Beijocas
G

Tebas

Acabei de voltar do Museu da Mumificacao e fui tungado tres vezes, Primeiro pela mulher que vendia o ticket. 5o pounds, Dei 200, devolveu 100...nao entendi a conta ela sorriu e fez gestos que pegaria o troco na volta.
Segunda tungada. Nao tinha nada no museu. Umas poucas mumias de gato, carneiro, passarinho e um so humano. Vi mais coisas no Museus Arqueologico de Istambul.
Na saida, pois durou menos de 20 minutos a visita, perguntei meio sem interesse se podia tirar fotos. O porteiro perguntou de onde eu era. Quando falei, ele todo feliz...yesss Maradona, buenos dias.
Perguntou bem baixinho - quantas fotos? Falei - uma ou duas e ele OK, rapido!!
Tirei 12 e na saida ao agradecer em bom arabe - Choucron, ele mais baixinho ainda - Me da qualquer coisa ai.....quase que falei em espanhol - Puerra meu, erra tudo, deixa tirar foto e ainda cobra, que puerra caramba cucaracha la bombonera!!!
Virei de costas que nem mulher desconfiada e tirei 10 paus da pochete (ela ainda existe), mais ou menos R$ 4, entreguei em nem olhei na cara do traira.
Fui receber o troco no guiche e a cara de pau da muculmana encardida, me devolveu so 40. Pedi o resto ela deu um sorriso corrupto, ladrao, com a cara mais lavada do mundo e fez com a mao - vai se embora...fiz um O pra ela com o dedo, aquela larapia...
E como me perdi mesmo, nao sei onde estou, e a diaria do hotel vence daqui a pouco resolvi parar nesta lan house e relaxar as pernas.
Meu guia sumiu. Foi pra gandaia ontem a noite.
Faco um late checkout (pagando mais meia diaria - outra tungada) ate a hora do sacolejante trem pro Cairo.
Ate mais.
G
Nao queria falar mas to com saudades

sábado, 27 de março de 2010

Luxor & Karnak

Pena que nao da pra mostra a bagunca que esta aqui atras. Todos falam ao mesmo tempo e a comida que acabei de comer ao estilo Egipcio antigo faraonico....com as maos... uma mao, direita, pegando a comida com a mao, enfiando na boca e limpando com a mesma, porque a esquerda eh considerada " impura".
Foi num mercado, mistura de Feira de S.Joaquim com Mercado Modelo, e como me recomendaram nao comer na da cru, deixei de lado as verduras, contra a vontade e insistencia do meu amigo Hossam Ali Abbud Mohamad Allah Inshallah da Silva Santos.

O templo de Luxor, que foi desenterrado no seculo passado, apos dormir sob milenares areias enviadas pelo Nilo, e como todos por aqui, comecou a ser construido por um Farao e terminou alguns casos seculos depois por outros.
Quase tudo eh referencia hedonista ao proprio Ramses II, o Grande. Ele devia acordar todos os dias e se beijar, repetindo varias vezes...Eu me amo, eu me amo, eu me amo.

O cara era tao narcisista que mandou erigir todos os monumentos nao reverenciando os deuses, como todos antes e depois dele fizeram,dentre os mais cotados Ra-Amon, Horus, Hathor, Isis, Osiris e Thot, mas Ele proprio, mandou se incluir na panteao e aparece ao lado ou de mao dada com os mesmos, e no mesmo tamanho, o que seria um sacrilegio, nao fosse ele megalo.
Na avenida das esfinges que leva Luxor a Karnak, de 3 km. ele so mandou tirar a cabeca de carneiro das esfinges e colocar a dele proprio, o modesto.
Ate a batalha de Kedesh, que todos, inclusive os turcos descendentes dos Hititas da biblia, disseram que nao houve vencedores, ele mandou construir varios monumentos em sua propria homenagem como tendo vencido a batalha.
Diz ter feito o primeiro pacto de nao agressao justamente contra os inimigos que o assustavam, os Hititas da Lidia/ Asia Menor, atual Turquia Ocidental.

Ele era Lula da epoca.

Que pena que acabou o barco no Nilo. Tava bom e ssossegado la.
A bagunca de Luxor, antiga Tebas (vejam a profecia de Jeremias e os sonhos de Ezequiel com relacao a Tebas e Memphis) deu certo. Eles continuam confusos ateh hoje. Como nao existem semaforos, o negocio eh no buzinaco...eh um tal de pi pi fom fom interminavel.

No meio dos templos volta e meia se ouve o portugues e quando posso ajudo, como no caso das brasileiras tentando comprar algo que custava 75 pounds Egipcios. Aviei-as que comecem oferecendo a metade de tudo, para entao negociar. Encontrei-as mais tarde entre os hieroglifos, dizeno que pagaram 30 pounds quando falaram que iriam desistir.
Assim eh o Egito.
Nao va de primeira. Nao confie no que dizem e negocie ateh a infromacao que te derem.
Falando nisso um policial tentou me mostrar uma bencao e estatuas romanas no templo de LUxor e agradeci, o mesmo pediu a gorgeta, o que me deixou constrangido porque estavamos so ele e eu no fim do fim de um quarto escuro, o cara com uma metralhadora e eu negando grana...fui salvo por outro policial que chegou e outro turista perdido.
O policial de despediu alegremente, dizendo thanks, etc. o que o deixou mais suspeito ainda...quequeeisso!!! um policial egipcio (acho que eh do exercito...aqui eles vistoriam tudo, ate na entrada do hotel e deixam passar tudo) querendo me tungar em frente a monumentos romanos, numa sala dedicada a Hatshepsut no fundo do Templo de Ramses II em Luxor????
Perai meu, fui criado no Brasil.

Pega os japoneses, alemaes ou um bando de branquelos, cobertos dos pes a cabeca, (porque a temperatura pode chegar aos 50 graus no verao e o sol eh implacavel) e falando uma lingua desconhecida..Jupiter? que passaram por mim. Eles nem teriam como pedir socorro...
Fico por aqui ate segunda e como tem net posso voltar com mais noticias....a comida que comi a pouco esta se manifestando e vou subir e ver se consertaram o cadeado da porta que caiu na minha mao quando cheguei....
Luxor/Tebas/Egito....sabado 14:53hrs (dia de baba na Bahia)

terça-feira, 23 de março de 2010

Egito

As contradicoes da vida.
Na Turquia, organizada, civilizada, respeitosa, limpa, nao consegui abrir o blog e quando o fazia, aparecia em Turco..e ja tinha ate uns comentarios, que ficarao sem resposta. Nao pretendo aprender turco.
No Egito eh tudo diferente, a comecar pela chegada. O cara da alfandega que estava tao rigoroso com todos e por isso atrasando a fila, me mandou passar direto, liberando logo o passaporte.
Na Turquia me disseram que tiha cara de turco e aqui de egipcio (pra vender eh claro!).

Pois aqui o blog abriu. Em Aswan, cidade do sul do Egito onde fica o Templo de Philae, dedicado a Hathor (que pode ser a nossa querida sumeria Ishtar ou Innana, que os gregos chamavam de Artemis e os Romanos Venus e os Hebreus Astarte e por ai vai...) e Horus, o filho de Osiris e Isis, que tentou vingar a morte do pai pelo irmao Seth e acabou decapitando a mae.
Finalmente naquela epoca havia Thot (Hermes Trimegisto?) para consertar tudo.
Osiris foi ser rei na Vida depois da Morte. Horus, o Deus dos ceus ficou com o alto Egito e Seth, o invejoso e fratricida, com o baixo Egito e Isis ficou viuva mesmo. Deixa voltar pra terra.....

Claro que nao tinha ninguem esperando no aeroporto e foi a maior confusao ate chegar o motorista..Inshallah.

Algum ja viu o transito mais caotico no Brasil? Imagine o triplo no Cairo. Simplesmente nao existem semaforos...eh tudo na base da buzina e o carro maio tem prioridade.
Brigas de transito sao comuns mas parece que ninguem liga.
Cairo deveria se chamar Caos-ro...pessoas andando no meio da rua, muita sujeira, barulho, bagunca, abafado...e dai voce ve ao longe as piramides.
O coracao dispara, a respiracao diminui.

O predio do agente de turismo fica no meio de uma rua sem calcamento, o elevador nao funcionava e subimos de escada mesmo...com mala e tudo.

O trem saia para Aswan, e saiu, as 20:00hrs. Primeira classe. Sleeping train. Com Jantar e cafe da manha e Club Bar a bordo. Quer coisa melhor?
Soh que era um ~toco duro~ sacolejante, que ia parando pelo caminho, sem banho, sem papel (me avisaram pra levar o proprio) o Club bar era um lugar escuro, abafado e sem bebida alcoolica e pensei em me atirar da janela algumas vezes.
Quando dormi naquela caminha de bebe, tive pesadelos.
Sonhei sendo atacado por beduinos e camelos beicudos, orelhudos, tiros, pontapes....deppois analiso isso.

Chegue moido em Aswan.
Imaginava um trem de alta velocidade, confortavel, com boa comida, etc.
O jantar foi um pedaco de galinha (acho, porque tinha asa, encolhida, mas tinha) com arroz marrom amarelado, pao e um yogurte aguado que preferi nao arriscar. O garcom/maquinista/carregador de malas/porteiro/recepcionista sem um dente embaixo perguntou se eu queria cafe...claro, tudo o que vier a mais.
Na hora de retirar a bandeija: 4 pounds egipcios.
Cafe da manha: uma xicarazinha de cafe com pao e manteiga.
Foi um golpe. Mas so consegui me acalmar quando vi o bando de japoneses idosos que lotavam o trem e deviam ter esperado mesmo que .
Acho que vi um saindo em cadeira de rodas.

Aswan, com seu templo de Philae, o deus da luz...fa falei la emcima. Andamos pelo Nilo e visitemos o Jardim Botanico, doado pelo Rei Said a um desses almirantes ingleses delicados que andaram fazendo guerras por aqui.
O Frutinha transformou tudo em flores e arvores, etc. pra quem mora no BRasil que ainda tem plantas, meio sem graca.
O Hotel fica no meio do nada na beira do Nilo. Aconselharam em nao sair a rua...nem pelado.

O almoco ...prefiro nao contar.
Vou subir pra banho (desde a Turquia que nao vejo um chuveiro, func func!!!) recarregar as baterias (aqui o plug eh redondo, diferente dos nossos quadrados..vao ter que padronizar essa joca no mundo) e produrar nao dormir cedo, apesar do cansaco porque amanha saimos as 3 da manha para Abu Simbel e na volta embarcamos no Carnival para subir o Nilo, por Efuh, outras cidades ateh Luxor.
To pensando no trem de volta. acho que vou de Camelo.

Ja cancelei a Jordania.
Talvez ainda va a Israel, mas to com saudade das nossas baguncas. Pelo menos ja estava acostumado...
Vou contando.

Genaldo

quinta-feira, 11 de março de 2010

Presente de Natal

Época de Natal. Pela primeira vez que me lembro ia passar só. Sem namorada, sem os filhos por perto, sem querer viajar. Pra ajudar Papai Noel, sempre me dou um presente comprado no fim de ano, assim ele fica com mais tempo para suas outras entregas.

Fui à uma loja no Shopping, que agora também gosto de Shopping, e comprei uma câmera digital de boa marca. Lembrei que todo mundo tem uma e a última que tive parecia uma caixa de abelhas. Só faltava sair a fumacinha quando batia fazendo um barulho forte de engrenagens. Não lembro a marca nem o fim da mesma.

Achei um pouco cara, mas sei que mereço. Me dou poucos presentes, posso escolher com qualidade.
Liguei logo pra minha filha contando e ela prontamente me fez ver que tinha pago quase o dobro do que encontraria na internet, com as mesmas características.
Poxa, mas eu já tinha recebido as primeiras instruções e fiquei feliz em saber que até eu era capaz de operá-la, com cabos USB, 6.0 Mega Pixels, 3x Optical Zoom, 2,4” LCD monitor, 25mb memória, o bicho! Essa era a máquina. Lá fui eu feliz para São Miguel dos Milagres, Alagoas.

Já no avião não resisti. Após a permissão para uso de eletrônicos, saquei da mochila a maravilha e clique pra lá, clique pra cá, as nuvens, as turbinas, a cabine, os/as atendentes.
Percebi que não ficavam nítidas, atribuí à minha inexperiência e à falta de regulagem para a iluminação, apesar de estar no “automático”. Ela que se regule.
Lá naquele paraíso, tirei fotos da grama, da areia, do céu, do mar, da pousada, do arroz de polvo, das flores, dos cachorros, dos pés na rede, do CD e do pacote de biscoitos.
Continuavam embaçadas.

Na volta, usei o cabo e projetei na TV, depois no computador. Embaçadas, sem foco.
Liguei para a loja e marquei uma visita com o técnico, o mesmo que me havia apresentado aos controles daquela supermáquina.

Conclusão: Estava mesmo com defeito, o que de certa forma me aliviou, porque imaginei que poderia ter estragado as fotos da minha primeira experiência como orgulhoso proprietário de uma das mais modernas câmeras do mercado.
Após algumas negociações devolveram o valor pago, mesmo tendo a faxineira jogado fora a caixa da câmera, que eu tinha deixado em cima da geladeira por precaução.
Me ameaçaram, mas já nada podia ser feito.

Minha filha gostou da devolução, porque agora eu poderia comprar uma igual bem mais barata.
Lá fui eu cadastrar no tal site e buscar câmeras com cabos USB, 6.0 Mega Pixels, 3x Optical Zoom, 2,4” LCD monitor, 25mb memória, e o escambau.

Confesso que ainda tenho uma pontinha, tipo 12%, de dúvida quanto às garantias e confiabilidade do comércio eletrônico, mas gosto de riscos e não posso perder o bonde da história das trocas que pode ter começado com a serpente oferecendo uma maçã que acabou por expulsar Adão e Eva do Paraíso, por terem acesso ao fruto da árvore do conhecimento.
Só não sei o que a serpente ganhou. Ela queria ficar só no Jardim do Éden? Desconfio que ela foi mandada fazer isso. E porque plantar bem ali, na frente do casal curioso e querendo aprender e saber tudo, afinal já tinham nascido adultos, não tinham pai nem mãe pra ensinar e muito a descobrir, uma árvore com fruto que não era pra comer? Sei não.

Mudei a marca da câmera por precaução, para não comprar a mesma que tinha devolvido e fiz algumas pesquisas. Finalmente encontrei uma com tudo aquilo,USB..etc. e fiz o registro, peguei o telefone para informações sobre prazos, etc.
No mesmo dia, descobri outra empresa (essas empresas parecem ser de uma pessoa só, porque eles respondem e-mail, atendem o telefone, dão sua conta pessoal para depósito, embalam, despacham e voltam correndo) que tinha o mesmo modelo com valor menor.
Telefonei, negociamos um carregador de baterias, capa e outros acessórios, peguei os dados e fiz o depósito, enviando os dados e comprovante para a empresa/pessoa.

Recebi a câmera dias depois e estou feliz com ela. Já tirei fotos do futebol, os babas de fim de ano, onde se pode medir o nível etílico dos jogadores pelo passar das horas marcada nas fotos, dos almoços que fui, idem, da varanda de casa, do vasinho de boldo, de mim mesmo no espelho, dos quadros da parede e muitas do céu, amanhecendo, anoitecendo.

Aqui encerraria a narrativa de como estou feliz com minha máquina fotográfica, mas um pequeno fato depois disso foi o que me levou a escrever estas linhas.

Semana e meia depois de já estar meio enjoado da máquina, recebi um e-mail do site onde me cadastrei dizendo o seguinte:



Olá Ge274
Infelizmente fomos obrigados a inabilitar o seu cadastro , já que mesmo com os avisos enviados anteriormente, em diversas oportunidades, você voltou a descumprir com esta regra:

Más qualificações recebidas.
Conforme conta nos Termos e Condições que foram aceitos ao se cadastrar: "O XXXXXXXX.com tem o direito de excluir os Usuários que recebam comentários negativos provenientes de fontes distintas".

Todos os produtos cadastrados com ofertas ativas foram cancelados automaticamente.

Nosso objetivo é manter a comunidade segura, onde os usuários possam negociar com confiança. Esperamos que compreenda esta medida e lamentamos pelos inconvenientes causados.

Qualquer dúvida acesse a página de Ajuda > Políticas > Inabilitação > Suspensão de Cadastro > Motivos.
Não responda a este e-mail. Se quiser entre em contato com Ajuda >...

Atenciosamente,

XXXXXXXXXXXX
Onde você compra e vende de tudo


E eu, que sempre pago tudo em dia, que sou um cara justo, correto, pontual, honesto, asseado, tolerante, um poço só de virtudes, não admito, isso é irritante. Onde vai parar minha reputação? O que os outros vão dizer? E se meus filhos souberem? O pessoal do baba? As futuras namoradas? Os alunos? O porteiro, que parece já estar olhando meio de lado pra mim. Será que ele já sabe?

Respira fundo e analisa. Tive duas avaliações negativas. Como só fiz cadastro em dois fornecedores e comprei em um deles, isso quer dizer que até o que vendeu me avaliou negativamente!!!! Safado.
Qual a reação das suprarenais, da cortisona liberada pela glândula pineal, que vai para os rins, baço e fígado?

Entra agooora no site, esculhamba primeiro com eles, depois com os fornecedores. Pega o telefone, diga tudo o que ele merece ouvir. Fale do seu passado ilibado (só as coisas boas) crédito imaculado (porque não compro a prazo) e da consideração (de quem depende de mim).
Devia desacreditar o site publicamente, esculachando o método de avaliação deles, que não é investigado e o dano moral que está me inflingindo. Estamos de volta ao tempo da Inquisição, do Gulag, do Paredon, onde uma simples denúncia é aceita como verdadeira.

Não ouviram minha opinião. Não pude me defender. Até os criminosos mais cruéis tem direito à defesa.
Nunca mais entro nem recomendo este site. Por mim eles acabam. Existem dezenas de outros sites querendo vender para gente honesta como eu. Vão se ferrar!

Aí eu pensei: Quando vou aproximar a prática do discurso que faço? Ser mais simples? Andar mais leve e não me aborrecer?
Entrei no mesmo site e me cadastrei novamente. Fui aceito, com outro apelido e outra senha. Mudei só um número. Espero que eles não leiam isto.

Genaldo Vargas
Janeiro/07

Comida de Domingo

Comida de Domingo

Como maneira de agradar para ser agradada, minha avó sempre caprichava nos almoços de Domingo, com variedades e guloseimas que não se via nos outros dias da semana, que eram bem previsíveis. Arroz e feijão, uma “mistura” como era chamada, que poderia ser carne, lingüiça, ovo, alguma verdura, geralmente couve ou repolho.
Não sei como ainda gosto disso tudo hoje, de tanto que comi todos os dias.
Mas nos domingos, o movimento começava cedo, por volta das 10 horas e ao meio dia estava tudo pronto. Uma maravilha!
Só que o almoço especial não era para nós.
Era para ser levado à igreja onde meu Tio Antídio era bispo da Igreja Católica Apostólica Brasileira – ICAB, como era escrita na cruz branca em frente à mesma.
A história do Tio Antídio e da igreja conto outra hora, que é longa e tem desdobramentos.

Pois aos domingos, o almoço era de lombo ou outro assado, rocamboles, ensopados, fritas, arroz especial, as vezes polenta com queijo, as vezes massas, bolinhos de arroz e pudim de leite ou sagu com creme. Uma festa para os olhos e para a boca.
Meus preferidos eram os bolinhos de arroz, vocês vão saber porque.
Eu era quem fazia o serviço de “delivery”. Na época não havia isso de entregar comida em casa. Acho que foi minha vó quem inventou.

Acho que ela também não queria que ninguém viesse buscar porque senão criaria o compromisso de ter que fazer o almoço, todos os domingos, porque algumas vezes ela decidia deixar o Bispo de castigo. Dependia da disposição e da carência da semana.

As comidas eram colocadas em pratos, tigelas, cumbucas, etc. posicionadas sobre uma grande bandeja, coberta com panos imaculadamente brancos, que nem sempre chegavam brancos no destino, mas como eram recebidos antes pela Estácia (Estânia Wrublensky) uma polonesa que trabalhava na minúscula cozinha da igreja, sozinha, só cabia ela, com um fogão à lenha, há muitos anos.

A cozinha tinha quase nada, paredes escuras pela fumaça, sem janelas e na saída, se dava de cara com a privada (não sei porque chamava-se ou chama-se “patente” naquela região – algo a ver com a “produção intelectual” que cada um despejava por ali?).

Ela usava, desconfio, o mesmo lenço na cabeça e o mesmo avental desde que chagara por aquelas bandas e limpeza não era muito de sua preocupação.
Tanto que a única coisa que voltava de imediato eram os panos brancos, para que ela não tivesse que lavar para devolver como mandava a etiqueta de agradecimento.

As louças eram devolvidas mais tarde e mesmo assim, minha vó, que tinha senso de limpeza para ela, nós todos e Estácia, lavava tudo de novo.
Obsessiva compulsiva ela.

Então eu me preparava num misto de sacrifício e prazer, porque a bandeja era grande e depois de alguns metros começava a ficar mais pesada. Caminhava uns 50 metros até a esquina da Volkswagen, dobrava à direita mais uns 50 metros, atravessava a avenida e chegava na igreja, entrando pela lateral até onde ficava a cozinha perto da patente.

O prazer havia me sido passado pelo irmão mais velho que fazia a entrega antes e tinha dado algumas dicas de como aliviar a carga durante o trajeto.
Na verdade ele vendeu as dicas, assim como algum tempo depois, vendeu a cópia da chave de casa, que ele tinha escondido embaixo das pilhas de lenha e que fiz bom uso até ter sido descoberto pela prima Vera. Negociante esse meu irmão.

Assim foi durante alguns meses. Ao dobrar a esquina da Volkswagen, após uma boa e rápida analisada dos horizontes, agachava-me com as costas (é por isso que se diz encostando?) na parede branca da concessionária, descansava a bandeja sobre os joelhos e pernas magrinhos, descobria com muito cuidado as comidas, sempre analisando logisticamente os arredores, vento, chuva, etc. e iniciava a transferência da carga dos recipientes para o meu ansioso e esfomeado estômago.

Aqui cabe uma observação: Faltava planejamento à minha avó. Eu nunca entendi e agradecia por ela nunca ter me feito almoçar antes de levar o almoço, que eu acabava dividindo com o bispo, agachado na esquina.
Se estivesse de barriga cheia, seria outra coisa.

Desconfio até que o bispo tinha outra sócia, porque numa dessas visitas semanais à nossa casa, ele teria agradecido novamente o almoço, mas sutilmente comentado sobre a pequena quantidade de alguma iguaria, ao que minha vó teria comentado ter enviado quantidade suficiente. E não tinha sido eu. Pelo menos, não só eu.

Acho que a Estácia, continuava o meu trabalho e à mesa do bispo chegava menos da metade, porque juro, eu apreciava cerca de 25% e de algumas coisas apenas.

Os bolinhos de arroz em especial, porque digamos, se tivessem 10, eu comendo 3 (25% daria conta quebrada, dois e meio e bolinho quebrado não podia) ficariam 7. Mas se a Estácia entrasse na divisão e comesse outros 3, ficariam apenas 4.

Preferia os bolinhos de arroz porque era comida que dava pra pegar com a mão, secos e não deixavam pistas, como se tivesse que cortar o pudim ou o rocambole.

Como as vezes, quando eles estavam mais crocantes e torradinhos eu comia 4, a se manter o raciocínio, sobrariam apenas 3 para o bispo. Como ele almoçava acompanhado por padre, diáconos, não dava um pra cada.

Resultado: Numa época de muita insegurança e segunda revolta, minha vó que não planejava, mas era muito inteligente, alegando que a Estácia estava “desviando” comida do Tio, coisa que me deixou estarrecido e revoltado pela primeira vez, ela iria escrever as quantidades num bilhete, que era para ser entregue pessoalmente ao bispo.
Quer dizer, numa decisão, sem me acusar, conseguia fazer a carga chegar intocada até o destino.
Imagino que tenham dito a mesma coisa para a Estácia em relação a mim. Os espertos!

Pois a história terminaria aqui se não tivesse ocorrido um incidente logo no primeiro dia de delivery com menu acompanhando. Os LigLigs da vida devem ter copiado de minha avó.

Como a criatividade é a mãe da necessidade, dizem até que no dia seguinte que inventaram o cinto de castidade, alguém inventou o abridor de latas, e inconformado com as injustiça do bilhete dedo duro, aguardei minha vó acabar de escrever e passei a mão no mesmo toco de lápis e enfiei no bolso. Não deu tempo de pegar borracha.

Na virada da Volks, acocoro quase sentado. Bandeja nas pernas, abro o bilhete e vejo:
-13 bolinhos ...... número do azar? o resto não interessava. Num contorcionismo perigoso para o equilíbrio da bandeja, saquei do lápis no bolso traseiro, fiz um zero do 1 e onde tinha o 3, emendei as pontas e ficou 8. Minha vó tinha uma letra de auto didata e meio difícil de entender. Contava com essa dificuldade, mas 08? Tava bom, saldo de 4.
Pus um inteiro na boca, enquanto erguia a perna para colocar o lápis de volta no bolso, quando nesse instante um amigo, o Júlio, dobra a esquina, quase tropeça em mim e a bandeja desequilibrou.

Boca cheia, um susto de parar soluço, querendo dizer um palavrão, uma mão no bolso de trás, uma perna meio erguida.

E já viu coisa pesada cheia de coisas que deslizam,desequilibrar? Você tenta puxar tudo de volta e elas vem. Só que com mais velocidade e passam do ponto, direto para o chão e para a roupa.

O lombinho foi parar perto de uma pedra no meio de um tufo de capim e um formigueiro dessas formigas rápidas e pequeninhas. O rocambole primeiro partiu no meio feito um Titanic de ovo e depois abriu. O ensopado emborcou por cima do pano imaculado e do bilhete, mas ficou com alguma coisa dentro ainda. Os bolinhos, por serem bolinhas, rolaram na terra e se espalharam. A tijela do arroz caiu direitinho, de boca pra baixo.
Júlio me ajudou na operação salva-lombo-dupla. O da comida e o meu.

Sopramos, batemos na parede para tirar a terra, esfregamos na camisa. O mais difícil foi separar o arroz da terra. O rocambole se recompôs em dois depois de reenrolado, meio emendado e o lombinho assado, impecável, nem parecia ter saído do prato, depois que catamos os capins e as formigas dele.
Nunca soube do resultado do almoço, até porque no meio daquela confusão acabei deixando o bilhete falsificado, molhado e meio rasgado no chão.
Não ficava bem para o bispo questionar minha vó sobre o bilhete, esperava eu, com o coração na mão até o próximo domingo.
Sobre os bilhetes que acompanharam minha vida, como no caso das cartas anônimas, fica para outra ocasião.

Só vim descobrir em que armação tinham me jogado, depois de adulto, muito adulto, onde fazendo análise para descobrir a origem das minhas culpas, minha analista conseguiu me esclarecer os fatos. A igreja e avó juntos são fórmula infalível para lhe incutir medo e culpa! Se conseguem acabar com o comunismo, imaginem com a nossa auto estima.

Gosto de bolinhos de arroz até hoje.
Out/2008

Outra língua

Primeira vez que não falei Português.

Era assim desde o começo. Queria fazer os outros para de fumar. Hoje já não ligo. Cada um faça o que quiser.
Também, o cara estava internado num asilo, ou como chamava aquilo em frente de casa, um sanatório?
Era um lugar onde, naquela mais fria cidade do Brasil, Lages, Santa Catarina, os doentes de tuberculose iam se tratar.
Lá é frio no verão. No inverno só pra urso e cachorro peludo.

Não sei porque, desde pequenininho, já achava que os ventos podiam trazer os vírus do pessoal que tossia do outro lado da rua.
Em anexo o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres. Quando passava do lado de trás, onde ficavam os quartos, evitava respirar de boca aberta.
Neurotiquinho desde pequeninho.

E um dia, o inusitado. Saindo de casa, que ficava em cima de uma fábrica de bebidas do meu tio que teria sido do meu pai (será que foi aí que tudo começou? O gosto pelo vinho, cujo cheiro penetrava as narinas, como aqueles fios zigzagueando nos desenhos animados?) um desses internos do Sanatório, me chama do alto muro do outro lado e pede para ir até onde o muro diminuía.
Não entendi, mas com a curiosidade dos 8 ou 10 anos, fui, sempre guardando a distância para que os vírus/bactérias não me pegassem.

E o cara me estendeu um nota e pediu para ir comprar cigarros na venda da esquina. Isso mesmo, cigarros para o tuberculoso. Deu até a marca. Sem filtro.

De onde veio não sei, como a maioria das coisas que acontecem quando me aperto para resolver. Comecei a enrolar a língua e falar uma coisa esquisita, que eu pretendia fosse uma língua estrangeira.

O cara sentiu que a comunicação estava difícil, viu que eu não sabia português e começou a falar ...cigarretes....cigarrous.... e eu enrolando. Juro que não lembro o que falava, pois ainda não tinha aprendido Esperanto, que anos depois, lá pelos 13 ou 14, deitei e rolei em cima dos incautos, principalmente minha tia, em troca de biscoitos, mas aí fica pra outra. Eu falava Esperanto, estava estudando, mas a tradução eu fazia como queria.

O cara acabou desistindo. Eu me afastei me despedindo no dialeto recém inventado e sem querer, nem saber, acabei contribuindo para a saúde do desconhecido doente que queria fumar. Síndrome da abstinência?

Foi a primeira vez que falei uma língua que não o português. Só que também foi a primeira que nunca soube o que era.
Depois continuei sem saber....

Out/99

Cicatrizes

DE QUE EU ERA PRA QUEM EU SOU
Desde ... até hoje.....long way

Não tem mais muita gente apontando dedo pra mim, mas tem muita gente esperando eu decidir o que todos já sabem que pode não dar certo.
Nem ninguém pra que eu aponte o dedo. Porque não é correto, você precisa de todos para ser quem quer ser.

E, eu com eu, que pode ser o maior dos tormentos. Ninguém pra jogar a culpa.
Vida dura essa de ficar só.
A sensação de ser produtivo, até quando , raramente não tem nada pra fazer.

Passei a vida toda tentando chegar onde cheguei. Nada pra fazer. Vazio. Vácuo.
E não virei divino, nem anjo. Nem os anjos que chegaram à casa de Ló, sabiam o que faziam, cegaram os curiosos e ao se afastarem , destruíram Sodoma e Gomorra numa bomba nuclear, segundo a bíblia.

Onde achar conforto? Nos braços da imaginação, do vinho (Tempranillo), do estudo/pesquisa ou das artes? Quem te liberta?
Tudo foi feito para acabar. Estamos aqui, mas não somos daqui, estamos de passagem.

Só queria que se soubessem que não tenho a mínima idéia de quem sou.
E a idéia da finitude nem me incomoda mais. A angústia (angst) é assimilável.

Quando não sabia nada, achava que sabia tudo.
Não acho que vocês vão entender. E nem devem explicar.
Vou e volto, volta e meia…mas agora, querer saber quem sou já é demais.

I just want you to know who I am….today

Quem somos?

DE QUE EU ERA PRA QUEM EU SOU
Desde ... até hoje.....long way

Não tem mais muita gente apontando dedo pra mim, mas tem muita gente esperando eu decidir o que todos já sabem que pode não dar certo.
Nem ninguém pra que eu aponte o dedo. Porque não é correto, você precisa de todos para ser quem quer ser.

E, eu com eu, que pode ser o maior dos tormentos. Ninguém pra jogar a culpa.
Vida dura essa de ficar só.
A sensação de ser produtivo, até quando , raramente não tem nada pra fazer.

Passei a vida toda tentando chegar onde cheguei. Nada pra fazer. Vazio. Vácuo.
E não virei divino, nem anjo. Nem os anjos que chegaram à casa de Ló, sabiam o que faziam, cegaram os curiosos e ao se afastarem , destruíram Sodoma e Gomorra numa bomba nuclear, segundo a bíblia.

Onde achar conforto? Nos braços da imaginação, do vinho (Tempranillo), do estudo/pesquisa ou das artes? Quem te liberta?
Tudo foi feito para acabar. Estamos aqui, mas não somos daqui, estamos de passagem.

Só queria que se soubessem que não tenho a mínima idéia de quem sou.
E a idéia da finitude nem me incomoda mais. A angústia (angst) é assimilável.

Quando não sabia nada, achava que sabia tudo.
Não acho que vocês vão entender. E nem devem explicar.
Vou e volto, volta e meia…mas agora, querer saber quem sou já é demais.

I just want you to know who I am….today

Sequestro emocional

EXPERIÊNCIA EMOCIONAL NEGATIVA E APRENDIZADO NUM SEQUESTRO

Ou como nos embrutecemos.

Nos preocupamos na maioria das vezes com coisas que nunca vão acontecer. É uma tendência da mente preservar a espécie, aliado a aspectos psicológicos que nos mantém no futuro ou no passado, quando esquecemos de estar aqui.

Um sábado desses, que por qualquer motivo não iria ao “baba” de tarde, fui ao Hospital onde trabalho e como tem uma academia ao lado e ando com todos os tipos de “kits” dentro do carro, resolvi dar uma suada e depois fui fazer acupuntura e massagem no Ma To Shi, um local feio, mal arrumado, barulhento, mas que tem um chinês acupunturista muito bom. Ele ou o filho sabem o que fazem.

Após a relaxada inicial, uma massagem, que após uma academia, deixa em estado zen e achando que o mundo é bom e tudo se resolve.
Já no final da massagem, pensando no compromisso muito agradável que teria a noite, tocou o celular e não aparecia o número.

Logo imaginei ser do Hospital, porque por uma artimanha do Gerente Operacional, havia colocado o número principal para não aparecer, visto que haviam poucas linhas disponíveis e se alguém ligasse de volta, poderia congestionar.
Algo para ser explicado em outra hora.

Ao atender, ouvi uma voz chorando, meio em pânico....Pai, ajuda pai, eles me pegaram.
O susto, a voz do meu filho que mora em São Paulo, um salto na maca de massagem, imaginando um acidente.

Uma outra e última vez que ele havia me ligado, havia bebido com amigos e estava a caminho de um pronto socorro para hidratação.
A mesma voz.
Mas era sábado de tarde. Lá pelas 14:30hrs. Um acidente.

Então uma voz entre agitado e calmo disse:
- Calma pai, fomos fazer um trabalho aí, e passamos por uma barreira policial, tivemos que pegar seu filho, mas não esquente.
Ele disse que você é um cara legal e que vai colaborar.

Ao fundo a voz chorosa do filho e um outro cara gritando:
-Cala a boca moleque senão tu emplaca agora.

Apesar do turbilhão na cabeça, apelo ao bandido:
- O moleque não tem nada a ver com isso cara. Diga o que você quer, o que eu posso fazer e é na hora.

Então começam uma série de perguntas e instruções, sem ordem aparente e intercaladas, sem que desse tempo para respirar ao bandido, ou pensar a mim:
- Onde tu ta.
- Em Brotas
-Qual o teu carro?
- Um Fiat, menti, lembrando que meu filho não sabia com que carro eu estava.
- Sai já daí onde tu estás, e vai para o meio da rua. Vamos precisar de uma grana aí pai, um amigo nosso ta ferido e precisamos levar ele para o Hospital. Tem uma pracinha aí perto?
Tinha.
- Tudo bem, me de seu telefone que vou falar com a mãe dele que mora aí em São Paulo e ligo imeditamente de volta.
Me arrumando as pressas e descendo para a pracinha.
- Não, não tu vai ficar me ouvindo até o fim.
- Mas meu celular está acabando a bateria.
- Se acabar, tu nunca mais vê teu filho vivo cara.

- Tem uma farmácia aí perto ou um supermercado?
- Tem
Farmácia e Supermercado tem em todo lugar, mas, por instantes achei que os caras estavam me vendo, uma ramificação da quadrilha, sei lá.
- Vai lá e pergunta se tem crédito para telefone. Quanto tu tem no bolso aí pai?
- R$ 500,00 falei. E tinha.
Esbaforido pela rua, entrei na Farmácia, disseram que não tinham créditos.
- Não tem, mas tem um supermercado em frente. Estou indo. Guenta aí cara.
- Vai ligeiro porque meus camaradas aqui já tão querendo apagar o moleque veio.
- O caixa falou que tem.
- Então pega caneta e papel que vou te falar uns números aí pra tu depositar. A partir de agora, vou te chamar de pai e você me chama de filho falou? Pra não dar na pinta. Tu vai fazer 10 créditos de R$ 50,00 cada falou? Faz cinco em cada conta.
- OK, falei engasgando, enquanto pedia papel e caneta para a moça do caixa.

Ela deve ter notado algo estranho na minha angústia, porque o segurança se aproximou.
Anotei dois números, com código do Rio 021.

Voltei à moça e pedi para fazer os créditos. Ela perguntou algo que não entendi e o bandido falou novamente em voz de comando.
- Agora sai daí e vai pro meio da rua, que eu vou conferir os depósitos.
- Fica tranqüilo cara, que já está indo.
- Depressa que os caras aqui estão impacientes.
Ouve-se vozes de gente agressiva e gritando.

Após os depósitos, ficaram faltando dois que não entravam e o bandido deu ordem para colocar em um terceiro número, falando:
- Viu pai, a mãe mandou colocar em outro número dela, porque ela gasta muito. Me chama de filho.
- Ta bem filho, já estou mandando pra tua mãe também.

O segurança ouviu e se afastou.

Quando a moça do caixa confirmou o último depósito, eu avisei ao bandido que disse:
- Ouça bem pai, o pessoal aqui ta querendo mais grana pra soltar o moleque.

Muito irritado eu falei com a voz embargada, lágrimas embaçando a visão:
- Escute aqui cara, todo mundo tem que ter dignidade, até bandido. Fizemos um trato, cumpri minha parte e você não está cumprindo a sua. Não é porque você está preso que não tem dignidade, cara. Eu já fui preso e sei o que é isso. Solta o moleque, cara.

- Não chora não pai. Escute aqui. Onde você quer que larguemos o moleque. Pode ser no Morumbi?

- Em qualquer lugar. Deixa ele em qualquer lugar que ele entra em contato com a gente e vamos buscar.

- Você é um cara legal. Sabe aquela pegadinha do Faustão? Pois é. Não estamos com seu filho não...
Atônito, aliviado, mas ainda em dúvida, não sabia o que dizer.
O bandido continuou:
- Já que você já foi preso, sabe que peguei 10 anos e minha filha tem 10 anos cara? Precisamos sair daqui e não tem jeito. Vá em paz. Tem um amigo aqui querendo falar contigo cara.
-Alô. Você é um cara legal. Dava pra me arrumar mais uma graninha aí velho? Te dou uma conta e tu deposita. Pode ser segunda-feira.
Devo ter dito algo como: Vou ver, talvez.. e desliguei.

Saí meio zonzo até onde tinha deixado o carro. Liguei para meu fiho. Tocou várias vezes até que ele atendeu e falando quase sussurrando disse:
- Não posso falar agora pai.... e desligou.

Falei alto: Não é possível. Era um trote ou verdade?
E liguei novamente. Tocou umas 6 vezes.
Quando ele falou alô, eu berrei:
- Atende essa porra, que você foi seqüestrado!!!

- Calma pai. Estava na aula e não podia falar.

Comecei a rir e contei-lhe o que havia passado rapidamente.

Peguei o carro e fui para casa pensando que era melhor ter sido um trote, mas a sensação de violência, de perda, de impotência, perante a perversidade, é uma coisa que se elabora aos poucos e permanece por bom tempo.

Fui ao baba tomar uma cerveja e fiquei meio jururu até o dia seguinte, Domingo, quando já havia contado para várias pessoas e dividido um pouco da indignação.
Um terror inominado. Uma covardia que se ameniza com o alívio de se saber trote.

Na segunda-feira, na mesma academia enquanto me trocava, o telefone tocou. Uma voz falando:
- Aí pai.....
Desliguei o telefone.

Algumas semanas depois fizeram o mesmo com uma médica do Hospital, só que m ais grave. A mãe dela que havia sido contactada antes, deu todos os telefones, endereços, etc.
Mandaram ela desligar os telefones, sair de casa e só voltar horas depois.
Tiveram que ir ao banco para depositar quantias maiores. Foi um seqüestro virtual

Semanas depois, por volta do mesmo horário, outra ligação, voz de choro, alguém falando pai...mãe, me pegaram.
Fiquei em silêncio e percebi agora a distinção de timbre e tom de voz.
Após alguns segundos, veio uma voz dizendo:
- Não quer falar é, veja o que vai acontecer com sua filha.
Desliguei.
E esqueci de ligar para minha filha.




SSA, 19/05/09 20:27hrs
NÃO SEI O QUE É NEM O QUE PODE SER, MAS CUTUCA O QUE JÁ AÍ ESTÁ.


Se é ruim ou bom, depende da verdade de cada um, e cada um tem sua verdade.

Pessoalmente, decidi que para viver neste mundo que me foi dado passar e muito temporariamente pro meu gosto, vou olhar, pensar e viver pelos lados bons, prazeirosos, haja visto que não escolhi em que lugar, que tradição,cultura, país, horários....viver.

Horário até que não importa muito, contanto que se durma em silêncio.....o que tem uma merda de fogos vez em quando incomodando. Não me importa se é de Candomblé, Evangélico, Católico, Muçulmano ou Burmanin....só quero dormir.

Por isso gosto da minha terra, minha gente e sei que contribuo bem para o recolhimento de impostos, que acho que é bem distribuído nesta Pátria, Nação, Estado, que todos podemos auxiliar e volta e meia falar, meia volta vamos dar.
Porque por onde ando, não veja a distribuição, e faltaria tão pouco...se não precisasse de tanto pra máquina...que não inclui, permite, doa e exclui.
A maioria busca privilégios individuais, tipos assim,...todo mundo faz,..tenho uma amjga que fica sem trabalhar e recebe...etc.

Chutar cachorro morto é um a expressão que quer dizer não adianta nada acabar com o que já não existe. Se o que já existe não providencia.

Padres, pastores, pais de santo, imans, visionário, seres para influenciar atitudes e até comportamentos definitivos.
E dói saber que quem vai nem sabe.
Vai pela fé, que não permite o pensar, mas permite a indignação se não for do seu time.

Bem, vai por que quer. Por que não sabe. Se souber pode ser excomungado como os médicos de Recife, que viraram meus ídolos.

Quem pode excomungar quem excomungou? A Santa Inquisição. Chamem Torquemada, que vai adorar se voltar para quem o doutrinou. Quasímodo?

O poder da comunicação é tão grande hoje em dia (Cristo não teria escrito nada e se propagou ao ponto que vemos).
Se vivemos numa sociedade sem limites, principalmente de consumo, os meios de comunicação são tão importantes, porque, longe das metas culturais demonstradas, estão as metas culturais transmitidas. Quem pode o que não pode?

Tradução: Os meios que divulgam as propriedades do carro tal, yogurt tal, férias no navio, etc. não promovem condições de satisfação. Somos provocados infelizes
A modernidade chegou a todos os lares. A condição de compra ainda não.
E se chegar, não chegou a educação. Somos diferentes. Não nos globalizem.
Deixamos a palavra de lado para favorecer a imagem. A imagem seduz, a palavra demonstra a verdade. De cada um.

Quer dizer: O que você fala, provoca uma reação.
O que você deixa de falar provoca uma negação.

Então, se você se manifesta como deixa pra lá, amanhã eu decido minha opinião, acaba fazendo opinião e a função principal de comunicação é. “não interferir na história e nos fatos “.

Corporativismo só dá certo durante algum tempo, depois eles vão te trair de qualquer jeito.
É melhor ter uma atitude própria do que um contrato comercial.

O que você tinha e tem uma opinião, que com o falar do respaldo da Diretoria, que você acha, lhe coloca dentro da vala comum que você não pertencia.

Essa escrita
Cada membro do grupo tem direito a defender suas idéias, debatê-las e se não concordar, ser julgado pelos presentes, que determinarão a decisão, contanto que não utilize meios desproporcionais de encorajamento ou imposição sobre os demais.
Na dúvida se ainda persistir, voltaremos ao ponto de início e os sábios serão consultados.

No início o espírito de deus pairava obre as águas....e deus criou o mundo em partes, dividindo em dias.
Enuma Elish -Escrito pelos Sumérios 2008 mil anos antes da Bíblia.

Como dizia o poeta Hermínio Bello de Carvalho. "Vá moralizar tua mãe".

Voltarei ao assunto

Salvador, 19.02.08 - 23:40hrs.

O Perfume

O Perfume que cada um.....

Assisti ao filme O Perfume e o que me pareceu no início um filme violento e sanguinário, por isso deve ter adiado várias vezes de vê-lo, no final me pareceu uma analogia com o que temos no dia a dia, por sentidos que não só o olfato. Não sei se era a idéia original do autor, não li o livro nem a intenção. Por isso divago.

O personagem, Jean-Baptiste Grenouille, o quinto filho de uma mercadora de peixe, que havia jogado os filhos anteriores, sem saber se estavam vivos ou mortos, junto com os restos de peixe no rio, tinha decidido viver e recebido um dom especial de sentir e distinguir cheiros desde o nascimento em meio à lama fétida e de um mercado de peixes, onde, segundo o narrador existia o pior cheiro, do pior local, do pior bairro de Paris, na pior época da cidade em termos de higiene. Um mutante que desenvolveu um sentido animal para sobreviver num mundo animal.

Só aprendeu a falar aos cinco anos e falou pouco durante a vida, porque não precisava.

E também carregava o fardo de destruir aqueles que cruzavam seu caminho. Como disse o narrador. “Sua primeira manifestação de voz, o choro, levou a mãe à forca”.
O epílogo inesperado, quase heróico.

No final, sabendo do seu terrível poder, que poderia até conquistar o mundo através das essência do amor, retiradas das várias virgens assassinadas, preferiu morrer de amor, canibalizado, devorado num frenesi tão grande que cheirar, tocar, apalpar não satisfazia os seus assassinos.

Tinham que devora-lo. Talvez ele tenha preferido assim, para se imortalizar em cada um dos seus devoradores, visto que ele mesmo não poderia amar, nem ser amado. Ele não tinha cheiro. Se inebriava com o cheiro que podia sentir nos outros e nas coisas, mas ele não o possuía.
Se imortalizou provocando os outros a destruí-lo.


Terminei o filme pensando quantos de nós se utiliza de recursos e sentidos mais apurados para subjugar emocional, física ou financeiramente nossas vítimas? Quantos de nós comete “assassinatos parciais”, tirando o livre arbítrio, a vontade dos outros?
Pode ser a parceira, o parceiro, empregados, colegas, filhos, pais....

Se não temos, tiramos do outro, ou não queremos que o outro possua.

Quantos possuem estoque intelectual suficiente para tornar o “outro” dependente da nossa vontade, do que queremos, ou pelo menos do que pensamos que queremos?

Quem de nós percebe como chegar até a outra pessoa com as palavras que ela quer ouvir, com o presente que ela esperava, com a concordância para a idéia que era tão necessária?

Não seria isso usar de “instintos” que em nome da inteligência perdemos para os reflexos?

Os inconscientes se comunicam e acabamos sabendo as necessidades e fraquezas dos outros. Então, as vezes inconscientemente mesmo, nos apossamos das vontades do “outro”, fazendo com que dependa de nós, das nossas atitudes, das nossas “autorizações”.

Usamos nossos “perfumes” para ir sobrevivendo, nem que para isso, como defesa, usemos os outros que gostam dos cheiros e aromas que enviamos, dependendo do receptor.

Somos todos meio canibais e meio anjos.
Meio assassinos e meio criadores.
Podemos dar e tirar.
Somos profanos e divinos. Diabólicos e Simbólicos.

G.Vargas



Agosto 07 – 15:24hrs (domingo)

Indivisíveis - Mario Quintana

Indivisíveis

Mario Quintana

O meu primeiro amor sentávamos numa pedra
Que havia num terreno baldio entre as nossas casas.
Falávamos de coisas bobas,
Isto é, que gente grande achava bobas
Como qualquer troca de confidências entre crianças de cinco anos.

Crianças...
Parecia que entre um e outro nem havia ainda separação de sexos
A não ser o azul imenso dos olhos dela.
Olhos que eu não encontrava em ninguém mais,
Nem no cachorro e no gato da casa,
Que tinham apenas a mesma fidelidade sem compromisso

E a mesma animal – celestial – inocência,
Porque o azul dos olhos dela tornava mais azul o céu:
Não, não importava as coisas bobas que disséssemos.
Éramos um desejo de estar perto, tão perto
Que não havia ali apenas duas encantadas criaturas
Mas um único amor sentado sobre uma tosca pedra,
Enquanto a gente grande passava, caçoava, ria-se,
não sabia
Que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida...


Lindo, esta é a nossa busca: amar e ser amado

Origem da Páscoa

A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade. A palavra "páscoa" - do hebreu "peschad", em grego "paskha" e latim "pache" - significa "passagem", uma transição anunciada pelo equinócio de primavera.
Para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar à Idade Média e lembrar que os antigos povos pagãos europeus, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Easter, em inglês, derivada de Eostre, deusa anglo-saxã do amanhecer.

Ostera (ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Persephone. Na mitologia romana, é Ceres. Os antigos povos pagãos comemoravam a chegada da primavera decorando ovos. O próprio costume de decorá-los para dar de presente na Páscoa surgiu na Inglaterra, no século X, durante o reinado de Eduardo I (900-924), o qual tinha o hábito de banhar ovos em ouro e ofertá-los para os seus amigos e aliados.

Em hebraico, temos a "Pessach", a chamada "Páscoa Judaica", que se originou quando os hebreus, há cerca de 3 mil anos, celebraram o êxodo e libertação do seu povo, após 400 anos de cativeiro no Egito, pela mão de Moisés. Comemoravam assim a passagem da escravidão para a libertação: saíram do solo egípcio, ficaram 40 anos no deserto até chegar à região da Palestina, terra prometida, atualmente chamada de Israel.

A festa da Páscoa passou a ser uma festa cristã após a última ceia de Jesus com os apóstolos, na quinta-feira santa. Os fiéis cristãos celebram a ressurreição de Cristo e sua elevação ao céu. As imagens deste momento são a morte de Jesus na cruz e a sua aparição. A celebração sempre começa na quarta-feira de cinzas e termina no domingo de Páscoa: é a chamada semana santa. A data cristã foi fixada durante o Concílio de Nicea, em 325 d.C, como sendo "o primeiro domingo após a primeira Lua Cheia que ocorre após ou no equinócio da primavera boreal"

Relações Líquidas

RELAÇÕES LÍQUIDAS.



Mais de uma amiga tem reclamado da dificuldade de se encontrar um homem para relacionamento sério. Perguntei a uma o que era um relacionamento sério e ela disse a queima roupa como é do seu feitio. Diretamente, entre sorrisos e revirando os olhos comicamente: Pra casar.

Os sites de relacionamento, cupidos dos tempos de hoje, tem milhares de pessoas buscando o par perfeito ou o match que lhe faça feliz, para dividir os bons momentos, sair pra dançar, visitar amigos e parentes, viajar juntos, namorar ou até criar uma família, pois as idades variam dos 20 aos 60 e tantos anos.

Em outra ocasião, escreverei sobre a faixa de baixo, isto é, dos 20 aos 30 anos, que os motivos podem ser outros.

Existem estatísticas interessantes a respeito das candidatas mais velhas (dos candidatos, ainda não tenho notícias porque não os contactei, mas imagino que não diferencie muito), por exemplo:
55% diminuem a idade nos perfis colocados nos sites.
63% colocam fotos mais antigas, de alguns anos atrás (deve ser pra combinar com a idade anunciada).
41% tiveram ou tem algum grau de depressão e o mais impressionante, 28% tomaram (ou tomam) algum remédio controlado.

Óbviamente os números acima são baseados nos depoimentos das próprias “candidatas”.

Mas vamos ao que nos trouxe aqui:

Tenho a impressão que as pessoas, os homens e a maioria das mulheres, na casa dos 40, 50 ou 60 e que já tiveram relações estáveis e a maioria, casamento mesmo, hoje tem cada vez mais possibilidades de ficarem sós, estimulados pelas lembranças dos traumas de relacionamentos anteriores.
Descontando os inseguros, que acreditam estar a felicidade nos outros ou nas coisas e não nas relações, a maioria está mais seletiva e cuidadosa para não colocar em risco a individualidade tão arduamente conquistada.
As cicatrizes emocionais e as reparações íntimas que cada um teve que fazer, conta na hora de se enquandrar dentro de outra relação.

Claro que a solidão dói. Faz falta dividir um fim de semana com alguém.Uma festa, um jantar, fora ou em casa, feito a quatro mãos. Brindar um tinto excelente descoberto numa promoção. Colocar pimenta na pipoca pra ficar mais excitante. Ouvir a música que tocam e relembram e fazem uma lágrima rolar.

Mas junto com um momento, vem o resto, porque não se vive de e na paixão. A paixão é doença, hipnótica, deliramos e fantasiamos quando somos gratificados por ela. A melhor das drogas.
Mas como todas, tem efeitos colaterais e se viciar então, o pobre adicto nunca mais conhecerá a felicidade, a menos que deite-se por uns tempos no divã, para saber porque não sustenta a possibilidade da relação sanígena e saudável, que é feita de coisas boas e ruins.

E esse resto, desconhecido a princípio, assusta os que querem, mas temem.

Uma amiga me disse: Na próxima relação, após poucos meses vou casar, depois descubro os defeitos dele, porque senão nunca vou encontrar ninguém.
Sábia e doida mulher.
Como dizia Caetano; de perto ninguém é normal.

Por isso, o cuidado de todos em se relacionar. Vou, mas não me jogo, dizia um paciente.
E aí mora o perigo.

Além da síndrome da loja de doces, onde a criança entra e não sabe o que quer porque queria todos os doces, um grande paradoxo dos nossos tempos é a pessoa não querer se relacionar para ficar livre para poder se relacionar.